sábado, 11 de julho de 2015

Oi.

Oi gente, tudo bem?

Falar sobre ser Gordo ou gorda nos dias de hoje é tabu!
As pessoas encaram atributos físicos não como reais características do ser humano, mas sim, uma inesgotável fonte de xingamentos, agressões, violações de direitos, possessão sobre o outro e diversas outras coisas que tornam o dito gordo de hoje, um ser submisso de seus anseios e falhas.
Não é raro de se encontrar pessoas que necessitam freneticamente atingir ao próximo para se sentir bem consigo mesmo, e isso acontece dentro das várias gamas da diversidade: O gordo, o magro, o negro, o branco, o alto, o baixo…
Todas as formas de preconceitos e julgamentos acabam por desestabilizar o indivíduo, deixando-o às margens de uma sociedade que a todo momento dita sua forma de ser/estar.
Ser gordo é opção.
Sim.
Hoje em dia, é muito comum e usual encontrar médicos especialistas em obesidade, academias, programas de vigilância e diversos outros meios para se tentar buscar uma forma física desejável, seja por uma questão de imagem ou mesmo uma questão física no que tange o assunto saúde.
Mas Amanda, se é assim tão fácil, porquê existem tantas pessoas gordas?
Simples…!
Porque o gordo é o milho de pipoca. Vive dentro de uma casca dura, protegido dentro de suas características. O medo de falhar e ser julgado ainda mais, faz com que a pessoa gorda aceite seu padrão estético. Tenta erroneamente querer provar para si e para o outro, que estar gordo é estar confiante. Afinal de contas, tem que ter muita coragem para estar gordo nos dias de hoje.
O gordo acaba por virar ponto de referência, seja no trabalho, na escola, faculdade e até mesmo na fila do pão.
O gordo, ou seja, a pipoca, tem receio de entrar num restaurante self-service, e encher seu prato com saladas e grelhados, porque os olhares de reprovação o lembra a todo o momento de sua condição; como se fosse errado ele estar ali, praticando aqueles ‘atos’ em prol de sua saúde ou seu bem estar físico e emocional.
As pessoas querem que os gordos sejam magros, mas acham que para isso, a pessoa gorda deve pensar antes de dormir: ‘Nossa, amanhã quero acordar magra’, e num passe de mágica, seu desejo tornou-se realidade. Não entendem que existe um processo muito complexo por de trás de um ex-gordo.
Existe a determinação. Passar vontade de comer aquele pedaço de bolo, tomar aquele copo de refrigerante. Substituir seu arroz branco-comercial-de-tv em integral. Existe o fator energético, a queima de todas aquelas calorias e energia em forma de atividade física, muitas vezes exaustiva.
Existe também o fator social… Aquele onde ele têm de ficar à todo o momento explicando para seus familiares, amigos e colegas de trabalho, que aquela refeição faz parte de sua DIETA. O arroz, o brócolis e o frango agora são parte do seu dia-a-dia.
Quem nunca teve que ficar um tempão explicando para as pessoas o motivo da mudança radical na alimentação?
As pessoas são curiosas.
Acredito eu, que todos possuem capacidade de compreensão o suficiente para perceber só de olhar para o prato do outro, que aquela determinada pessoa possui um objetivo por de trás da troca repentina do macarrão com molho e batatas por salada e carne cozida. Questionamentos, cá para nós, são totalmente d-i-s-p-e-n-s-a-v-e-i-s.
Espero poder compartilhar de forma voluntária o meu processo de mudança.
Lembra do milho de pipoca que citei ali em cima?
Decidi entrar na panela quente, e esperar que o calor, mesmo que aterrorizador, me faça explodir. Primeiro pulando alegremente, e num ritmo frenético para então, após muito pular, me transformar numa flor macia, cheia de nutrientes e alegria.
Não quero ser sempre o piruá. Aquele milho que por medo do calor e da agitação, prefere ficar contido dentro de sua casca, desprezado e descartado.
Obrigada Rubem Alves por me permitir a analogia com seu excelentíssimo texto, ‘milho de pipoca’.
Tornou-me uma pessoa por horas reflexiva entre ser milho, ser pipoca e ser piruá. E eu quero ser PIPOCA!
Beijos, e até o próximo post.Venho de uma longa jornada de blogs,